Tratamento Preliminar | Fossa e Filtro Anaeróbio
São reatores biológicos anaeróbios onde microrganismos participam ativamente no decréscimo da matéria orgânica com formação de biogás (metano e gás carbônico). Têm eficiência de 40 – 70% na remoção de DQO (Demanda Química de Oxigênio/DBO Demanda Biológica de Oxigênio) e 50 – 80% na remoção de TSS (Teor de Sólidos em Suspensão) dependendo da carga orgânica e hidráulica, geometria dos tanques, temperatura e condições de operação.
O tratamento não apresenta alta eficiência, mas produz efluente que pode ser encaminhado a um pós-tratamento complementar que remova matéria orgânica dissolvida.
Tanque Séptico de Câmera Simples:
Têm construção e operação simples, de baixo custo e não requerem a presença do operador; resistem às variações de carga do afluente, não necessitam de lodo inoculador, absorvem choques tóxicos e de sobrecarga com rápida recuperação e não perdem eficiência em longo prazo com o envelhecimento do lodo. O lodo depositado no fundo deve ser periodicamente removido (1 – 3 anos), para que não haja perda de eficiência.
Filtros Anaeróbios
Consistem de tanques com leito de pedras ou outro material suporte para desenvolvimento de microrganismos. Entre os fenômenos que ocorrem no filtro anaeróbio temos a retenção por contato com o biofilme, sedimentação forçada de sólidos de pequenas dimensões, partículas finas e coloidais e ação metabólica dos microrganismos do biofilme sobre a matéria dissolvida.
São indicados para esgotos com contaminantes predominantemente solúveis, pois quanto maior a quantidade de contaminantes particulados, os sólidos suspensos, maior a possibilidade de entupimento. Podem ser construídos com fluxo ascendente, descendente ou horizontal. A eficiência de redução de DBO (Demanda Biológica de Oxigênio) pode variar de 40 a 75%, para DQO (Demanda Química de Oxigênio) de 40 a 70%; para sólidos suspensos, de 60 a 90% e para sólidos sedimentáveis, 70% ou mais.
Os filtros anaeróbios apresentam efluentes clarificados e com baixa concentração de matéria orgânica. Não consomem energia, removem matéria orgânica dissolvida, têm baixa produção de lodo, a água tratada presta-se para disposição no solo, resistem bem às variações de vazão afluente, a construção e operação são simples, não necessitam de lodo inoculador nem recirculação de lodo. Entre as desvantagens citam-se a produção de um efluente rico em sais minerais e risco de entupimento.
A fossa séptica serve como tanque de retenção/sedimentação para tratamentos preliminares de água e os filtros anaeróbios como redutores de DBO (Demanda Biológica de Oxigênio), carga orgânica e nutrientes. São equipamentos que funcionam normalmente sem gasto de energia, por gravidade. O filtro anaeróbio é uma tecnologia conhecida, eficiente e robusta, capaz de obter reduções substanciais redução de DBO (Demanda Biológica de Oxigênio).
Filtro Anaeróbio Retangular de Fluxo Ascendente
Parâmetros de Construção da Fossa Filtro
Indica-se a sequência fossa, filtro anaeróbio seguido por reator aeróbio para atender a legislação de tratamento de água e assegurar baixo consumo de energia e ausência de odores.
Capacidade de redução de carga destes equipamentos (%)
O tratamento de água mais simples de alguns tipos de efluentes, como o doméstico, pode ser feito através de uma fossa séptica que retém os sedimentos e libera só a água para lançamento no solo.
A seguir à sedimentação, gradagem ou filtração, a água estará pronta para o tratamento de retirada de carga orgânica dissolvida (DBO). O filtro anaeróbio, pelos baixos custos operacionais e consumo de energia, é posicionado após a fossa, caixa de gordura, caixa de areia, peneira e/ou gradeamento e antes do reator aeróbio. Ocorre neste equipamento uma redução grande de DBO/DQO que ajuda tratamentos subseqüentes, normalmente aeróbios para polimento e levar os teores às exigências legais. A água deve entrar no filtro sem sólidos sedimentáveis e apenas com os solúveis e as reduções de DBO (Demanda Biológica de Oxigênio)/DQO (Demanda Química de Oxigênio) se situam na faixa de 75%.