Carvão Ativado – Ficha Técnica
O Carvão Ativado é uma forma de carbono tratada para aumentar significativamente as suas propriedades de adsorção. Este material poroso e de origem natural possui propriedades adsortivas, sendo sua característica física mais significativa devido à enorme área superficial interna buscada no processo de produção.
Este produto carbonáceo possui uma estrutura porosa que proporciona uma área superficial interna de 800 a 1.200 m2/g.
A área é produzida por oxidação e o material desenvolve uma rede porosa que irá reter a substância a ser adsorvida.
Os Carvões Ativados são fornecidos na forma de pulverizados ou granulados. Os pulverizados possuem tamanho de grão menor que a malha 80 mesh (ASTM = 0,18 mm de abertura) e os granulados predominantemente maior.
Adsorção em Carvão Ativado
Muitas separações são obtidas pela habilidade de moléculas contidas no fluído aderirem sobre a superfície de um sólido – fenômeno conhecido como adsorção. As aplicações industriais do Carvão Ativado fundamentam-se nesta propriedade, para fase líquida ou gasosa. Na adsorção ocorre uma acumulação de moléculas (soluto) sobre a superfície do adsorvente. Quando o Carvão Ativado é colocado em contato com o soluto, há um decréscimo de sua concentração na fase líquida e um aumento correspondente sobre a superfície do Carvão Ativado, até se obter uma condição de equilíbrio. Apesar de superfície e adsorção estarem interligadas, a superfície sozinha não é medida suficiente da capacidade adsorvente de um determinado Carvão. Para cada adsorção específica, a distribuição e volume de poros são também importantes para controlar o acesso das moléculas do adsorvido para a superfície interna do Carvão Ativado. Quando a adsorção é o resultado de forças atrativas chamadas “van der Walls”, chama-se de adsorção física e quando ocorre o compartilhamento ou troca de elétrons entre o adsorvido e o adsorvente, ocorre uma ligação química, a adsorção é denominada química.
Na adsorção em fase líquida, as moléculas aderem-se fisicamente sobre o adsorvente através destas forças relativamente fracas, que são as mesmas responsáveis pela liquefação e condensação de vapores, no caso de adsorção em fase gasosa. No caso de adsorção física, a natureza de adsorvente não é alterada
A reversibilidade da adsorção física depende das forças atrativas entre o adsorvido e o adsorvente. Se estas forem fracas, a desorção ocorre com certa facilidade. No caso de adsorção química, as ligações são mais fortes e energia seria necessária para reverter o processo.
Além da característica do adsorvente e adsorvido, características da fase líquida, como pH, viscosidade, temperatura, tempo de contato, podem afetar a adsorção de modo significativo.
Usos do Carvão Ativado
Os Carvões Ativados são usados em processos de remoção de determinadas substâncias de um fluído.
Setor Alimentício
Na indústria de alimentos é usado, por exemplo, na purificação de óleos, clarificação de glucose, açúcar, gelatinas. É amplamente aplicado na redução de cor via adsorção de elementos corantes presentes no produto tratado ou de compostos orgânicos dissolvidos e indesejáveis.
Bebidas
Quando se deseja purificar vodka, usa-se o Carbono Ativado para remover os ingredientes que comprometeriam a pureza da bebida. Do mesmo modo, na clarificação de vinhos e sucos, transformando-os em produtos mais límpidos, padronizando a tonalidade da cor desejada.
Farmacêutico
A indústria farmacêutica não dispensa o seu uso no processo de fabricação de medicamentos, como de antibióticos e anestésicos. Seus insumos são purificados por processos de descoramento, descontaminação, separação, através da capacidade adsortiva do Carbono Ativado.
Químico
Os segmentos mais variados da indústria química se beneficiam das propriedades do Carbono Ativado. Em reações químicas diversas, adsorvem sub-produtos que comprometeriam a qualidade do processo, por exemplo purificam plastificantes, ácidos, alcoóis, glicerinas.
Tratamento de Ar
O Carbono Ativado adsorve contaminantes nocivos do ar, removendo produtos indesejáveis através de aparatos operacionais como máscaras de proteção ou filtros industriais. Ar comprimido para finalidades diversas também são purificados desta maneira.
Tratamento de Água
Uma ampla utilização do Carvão Ativado é a purificação de água para fins potáveis ou industriais. O Carvão Ativado elimina cor, óleos, odor, mau gosto, remove substâncias orgânicas dissolvidas através do mecanismo de adsorção.
Águas de fontes naturais podem apresentar casos em que ácidos húmicos estão presentes em concentrações tão altas que afetam o gosto. Águas de rios, mesmo após filtração, podem conter inúmeros compostos orgânicos dos quais, normalmente apenas uma pequena fração pode ser identificada. Outra vez, podem estar contaminadas por resíduos de pesticidas, herbicidas ou inseticidas, usados na agricultura. Estes poluentes, além de afetarem o odor e sabor, podem apresentar efeitos tóxicos sobre os seres humanos.
Em sistemas de tratamento de águas municipais é comum a utilização do Carbono Ativado pulverizado, em dosagens variadas, onde adsorve compostos indesejáveis e é removido, posteriormente, nos decantadores. Desta forma, a população fica livre da ação destes compostos prejudiciais à saúde.
Agentes químicos como cloro, hipoclorito, são empregados para desinfectar ou oxidar materiais orgânicos da água. Com esta finalidade, super-dosagens são de uso comum na indústria, principalmente na indústria de refrigerantes. Nestes casos, o excesso do oxidante permanece na água e deve ser removido. A solução simples e econômica amplamente utilizada para estas situações é a decomposição catalítica do agente oxidante sobre a superfície do Carbono Ativado. O Carbono reduz o cloro livre à cloreto como se segue:
* * + – HOCI + C —— CO + H + CI
Onde C*, representa o Carvão Ativado e CO* representa a forma oxidada da superfície. Para a decloração são utilizados os Carvões Ativados Granulados em leitos fixos, sendo que os Carvões de menores tamanhos de partículas são os mais eficientes.
Também se faz uso do Carvão Ativado nos sistemas de geração de vapor, anteriormente às colunas de desmineralização, removendo cloro livre e materiais orgânicos da água, bem como nas linhas de retorno de condensado.
Adsorção de Gases
A purificação de gases pode ser feita com Carbono Ativado. Quando se usa a adsorção física, os gases podem ser adsorvidas através da condensação capilar. Pode-se fazer a recuperação de solventes na indústria de tintas, adesivos, têxtil, de impressão ou se fazendo a purificação do gás, como por exemplo, gás carbônico.
Catálise
Como suporte catalítico na produção de fosgênio, acetato de vinila, ácido monocloroacético o Carbono Ativado se faz presente. Em refinarias como suporte no processo de tratamento de gasolina, ou na dessulfurização do gás natural. Em muitos casos, suporta o metal que atuará como catalisador de reação.
Tratamento de Efluentes
O Carbono Ativado é aplicado em efluentes líquidos industriais, dos quais se quer extrair contaminantes deletéricos ou inconvenientes. Pode ser usado em fase final de processo biológico em colunas de leito fixo, na fase de polimento, removendo cor ou componentes específicos como por exemplo mercúrio. Também em sistemas tipo lôdos ativados, fazendo a remoção de cor e/ou enriquecendo o lôdo no número de bactérias por centímetro cúbico. Como suporte para microorganismos em sistemas de filtros biológicos ou processos anaeróbicos.
Outros
Há casos onde o consumidor pode verificar mais diretamente os benefícios do Carbono Ativado, tais como em máscaras de proteção individuais, filtros de água residenciais, adsorção de odores desagradáveis de geladeiras, ou nos casos de uso medicinal, quando ocorrem intoxicações. Pode-se ainda citar diversas outras aplicações como:
- aparelhos de diálise
- filtros para cigarros
- sistemas para geladeira solar
- galvanoplastia
- adsorção de gasolina em automóveis (“canísters”)
- geração de CO
- filtros para aquário
- purificação de dextrose
- recuperação de ouro pelo processo de cianetação.
Inúmeras são as possibilidades de aplicações do Carbono Ativado, onde para se definir a forma mais adequada, deve-se levar em consideração as condições específicas do uso.
Seleção de Carvão Ativado
Em fases gasosas usa-se o Granulado pois permite fluxos com quedas de pressão a níveis aceitáveis. Normalmente são preferidos os Carvões Ativados que possuem tamanhos granulométricos maiores, justamente por permitirem menores perdas de carga para o sistema de fase gasosa. Os de menores granulometrias são preferidos para fases líquidas por favorecerem a uniformidade do fluxo, ganhando-se em eficiência. Os Granulados são empregados onde existe a necessidade de produção contínua, em larga escala. A regeneração, quando possível, é um fator de economia, que favorece o uso do Granulado, tanto para fase líquida como para fase gasosa. Os Carvões Ativados pulverizados devido à sua versatilidade podem ser usados na maioria das aplicações em fase líquida.
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Carvão Ativado Pulverizado (CAP)
São mais indicados para casos em que dosagens variadas são requeridas, há variações no processo, existem dificuldades operacionais para a utilização em colunas ou a regeneração não é indicada. Quando se trabalha em tanques, a dosagem pode ser feita diretamente neste ou através de mistura prévia com líquido e adição por bombeamento, conforme conveniência. Estes sistemas são providos de agitação para manter o pó em suspensão com o líquido a tratar, de modo a ocorrer contato eficiente e o maior aproveitamento possível do Carvão Ativado, Após a adsorção, o pó é separado do líquido por centrifugação, filtração, decantação ou combinação destes. O processo de filtração é largamente utilizado por ser econômico e requerer baixo tempo para a separação.
O Carvão Ativado pulverizado também pode ser utilizado diretamente no filtro, formando uma pré-capa de clarificação. O líquido a ser purificado é bombeado através desta camada filtrante, onde ocorre a adsorção.
As condições de uso do Carvão Ativado para o processo a que se destina são determinadas através de testes práticos. São obtidos importantes parâmetros, como dosagem, tempo de contato necessário, temperatura adequada. Para se obter melhor aproveitamento do Carvão Ativado, deve-se evitar a presença de substâncias coloidais, pois podem obstruir os poros ou os canais de passagem, reduzindo a eficiência de adsorção.
Carvão Ativado Granulado (CAG)
Os Carvões Ativados Granulados são indicados para aplicações em fase líquida ou gasosa. Produzidos a partir de matérias-primas duras e processo controlado, resultam em um produto de rígida estrutura. Isto proporciona alta dureza, permitindo regenerações sucessivas, tornando econômicos muitos processos que operam em leitos.
Quando os Carvões Ativados Granulados são utilizados em colunas, estas podem ser verticais ou horizontais, com operação em série ou paralelo, com fluxo ascendente ou descendente. O leito pode ser fixo ou pulsante (móvel). As combinações de uso serão definidas conforme cada processo. Para aplicações em fase gasosa, é comum utilizarem-se colunas horizontais pois, geralmente, grande quantidade de gás passa pelo leito e se deseja baixa perda de carga. Também se utilizam colunas verticais de fluxo ascendente.
Em fase líquida é usual utilizar fluxo descendente em colunas verticais, ou com fluxo ascendente quando o líquido apresenta sólidos em suspensão. Quando se quer obter elevado tempo de residência, pode-se colocar mais de uma coluna, em série, se fazendo uso do sistema de troca tipo cascata. Neste modo se prevê a condição de se ter sempre uma coluna em substituição de carga. A última coluna pela qual o fluído passa, sempre conterá o Carbono Ativado mais novo. Permite-se assim, maior garantia para a purificação. Quando a vazão é muito elevada, pode exigir colunas de tamanhos construtivos e operacionais inadequados. É possível então dividir o fluxo em duas ou mais colunas, fazendo a operação em paralelo. Para sistemas de vazões menores, duas colunas bem dimensionadas atendem perfeitamente às necessidades. Enquanto uma coluna está adsorvendo, a outra está sendo recuperada, de modo a não prejudicar a continuidade do processo.
A remoção de materiais em suspensão via filtração pode ocorrer simultaneamente com a adsorção de materiais dissolvidos. Contudo, deve-se ter bem definida a principal finalidade do uso do Carvão Ativado. Nos casos em que a presença de materiais em suspensão é significativa, a adsorção de materiais dissolvidos ficará prejudicada, pois os póros poderão ficar obstruídos, podendo ocorrer a saturação prematura do Carvão Ativado.
Para se obter máxima eficiência do uso do Carvão Ativado, recomenda-se ao usuário, observar as condições de projeto do filtro. Deve-se garantir que a coluna não opere com tempo de contato insuficiente, pois a adsorção não ficará completa. Além do mais, a vazão acima do valor especificado pelo projeto, pode acarretar em revolvimento inadequado do leito, favorecendo a formação de caminhos preferenciais. Quando isto ocorre, parte do fluído passa pela coluna de modo desuniforme, sem tempo para adsorção, prejudicando o bom desempenho do sistema.
Produção de Carvão Ativado
De uma forma geral, qualquer matéria-prima carbonácea poderia ser utilizada para a fabricação de Carbono Ativado, contudo, nem todas são economicamente viáveis. As mais utilizadas no Brasil são as de origem vegetal, como madeiras de pinus, acácia e as cascas de coco. Ossos de animais também são utilizados para a produção de um tipo específico de Carbono Ativado. Pode-se utilizar o carvão mineral como a hulha e o antracito, embora não seja prática usual no Brasil.
Os processos de ativação de Carbonos Ativados são comumente definidos em químicos e físicos.
Nos processos físicos de ativação, o material carbonáceo é submetido a um estágio denominado Carbonização. Neste estágio, a umidade e materiais voláteis são removidos através da elevação da temperatura sob condições atmosféricas controladas.
Na etapa seguinte, de Ativação, são injetados no material os agentes ativantes, normalmente ar, vapor ou gás carbônico, à temperatura de 800 a 1000 oC. Nesta fase ocorrem reações e uma mistura de gases, composta principalmente de monóxido de carbono e hidrogênio é liberada.
Os gases são produzidos como consequência da reação do agente ativante com o material carbonáceo, sendo que o consumo do carbono resultante, produz a estrutura porosa.
Após a Ativação, o Carbono Ativado é submetido a etapas subsequentes, como resfriamento, peneiramento, lavagem secagem, moagem, polimento, separação granulométrica até a embalagem.
No processo químico de ativação, o material a ser ativado é colocado em contato com um agente ativante químico como ácido fosfórico ou cloreto de zinco. A mistura é submetida ao aquecimento sob condições controladas, para ocorrer a ativação. O agente ativando deve ser removido posteriormente pela lavagem do material.
Avaliação de Carbono Ativado
Os carbonos ativados são avaliados por suas propriedades físicas e através de testes empíricos da sua capacidade de adsorção. Citaremos a seguir os parâmetros mais comuns:
- Teor de cinzas: as cinzas são dependentes do tipo de matéria-prima e do processo de fabricação. Compreende o resíduo após a ignição da substância, sob condições específicas.
- Umidade ou perda por secagem: é determinada com o propósito de produção e embarque. É o resultado da redução do peso quando a substância é aquecida, sob condições específicas.
- PH: o Ph depende da matéria-prima e processo de fabricação. É obtido pela análise do extrato aquoso.
- Granulometria: é uma forma de expressar o tamanho dos grãos do Carbono Ativado. Deve possuir tamanho de partícula que permita o melhor desempenho de adsorção e ao mesmo tempo boas condições de filtração. Nos Carbonos Pulverizados normalmente é expresso como percentual em peso passante por uma malha pré determinada (como malha 325 ou 400 ASTM). Nos Carbonos Granulados, define-se normalmente o tamanho nominal quando se demonstra as duas malhas limitantes da distribuição granulométrica, ou se demonstra diretamente a distribuição percentual em peso retida ou passante em cada malha daquela distribuição.
- Número de Dureza: é um tempo referente à resistência mecânica à decomposição das partículas medidas por testes específicos. É uma forma de avaliar a resistência do Carbono quando submetido ao desgaste de bolas de aço por atrito, sob agitação em um aparelho vibratório denominado Ro-Tap. Permite comparar lotes de Carbonos Ativados entre si e, admite-se que o maior valor de Dureza expressa um material mais resistente sob aquelas condições a que foram submetidas.
- Peso Específico Aparente (Densidade): é a relação de massa por unidade de volume do Carbono Ativado, incluindo o seu volume de poros e espaços interpartículas.
- Número de Iodo: é definido como as miligramas de Iodo de uma solução aquosa, adsorvidas por uma grama de Carbono Ativado, sob condições específicas determinadas pelo método. Fornece um índice de porosidade relativo a pequenos poros.
- Eficiência Relativa ao Melaço: é a avaliação da capacidade adsortiva de um adsorvente, baseada na comparação dos desempenhos com o adsorvente de referência num teste definido. É um índice de descoloração medido em relação a uma solução de melaço e se expressa em percentual de descoramento relativo a um Carbono padrão. Refere-se à habilidade do Carbono adsorver moléculas de maior tamanho.
- Índice (ou número) de Fenol: conceitua-se como a quantidade em gramas de Carbono Ativado necessária para reduzir a concentração de fenol em solução de 200 para 20 ppm. É um parâmetro utilizado para avaliar a remoção de gosto e cheiro de águas. Quanto menor o índice de fenol, menor será a necessidade de Carbono Ativado.
- Número de Azul de Metileno: indica a capacidade de adsorção do Carbono Ativado em relação a moléculas de tamanho semelhante às de azul de metileno.
- Área Superficial: é a área superficial total do Carbono Ativado, calculada pela equação B.E.T. (Branauer, Emmett, Teller), pelos dados de adsorção e desorção de nitrogênio, sob condições específicas. É expressa, comumente, em M2/g C.A. .
- Volume de Poros: é o volume de poros na unidade de peso do adsorvente. Pode ser obtido através da adsorção de mercúrio nos poros sob alta pressão. É expresso, comumente, em cm3/g C.A. .
- Capacidade de Adsorção: é a quantidade de um determinado componente adsorvido de um fluído. Pode ser medida através de testes com o fluído a purificar, obtendo-se curvas de adsorção para aquelas condições específicas.
Termos Técnicos Relativos ao Carbono Ativado
Citamos a seguir, alguns termos técnicos utilizados em assuntos relacionados com Carbono Ativado e seus significados, segundo a A.S.T.M. .
- Adsorção: um processo em que moléculas fluidas são concentradas na superfície por forças químicas ou físicas ou por ambas.
- Adsorção em contra-corrente: um processo de adsorção no qual o fluxo do fluído está em direção oposta ao movimento do adsorvente.
- Adsorção preferencial: adsorção na qual um certo componente ou componentes são adsorvidos em maior quantidade do que outros.
- Adsorção física: ou adsorção de van der Walls, é a ligação de um adsorbato com a superfície sólida, pelas forças cujos níveis de energia são próximos daquelas de condensação.
- Adsorção química: é a ligação de um adsorbato com a superfície do sólido, pelas forças cujos níveis de energia se aproximas aos da própria ligação química.
- Absorção: processo no qual moléculas fluídas são levadas pelo líquido ou sólido, e distribuídas através do corpo líquido ou sólido.
- Adsorbato: alguma substância que pode ou é adsorvida.
- Adsorvente: substância com habilidade de concentrar quantidades significativas de outras substâncias na superfície.
- Atividade: termo genérico usado para descrever a capacidade de adsorver em geral. É também capacidade adsortiva de um adsorvente medido por um teste padrão.
- Carbono Ativado: uma família de substâncias carbonáceas manufaturadas por processo que nela desenvolve propriedades adsortivas.
- Coadsorção: adsorção de dois ou mais componentes sobre um adsorvente, cada um afetando a adsortibilidade do outro.
- Calor de adsorção: o calor desenvolvido durante a adsorção.
- Camada monomolecular: um filme adsorvido, uma molécula densa.
- Camada multimolecular: um filme adsorvido, mais de uma molécula densa.
- Canal: maior fluxo do fluído através da passagem pelo local de baixa resistência que pode ocorrer em leitos fixos ou em colunas de partículas, devido à acomodações desuniformes, tamanhos e formas de partículas irregulares, etc.
- Desorção: a separação do adsorbato do adsorvente.
- Divisão de carga: um processo de adsorção em fase líquida, no qual um adsorvente pó é adicionado à solução para ser tratada em duas ou mais etapas, com ou sem separação intermediária do adsorvente.
- Equilíbrio da capacidade adsortiva: a quantidade de um dado componente adsorvido por unidade de adsorvente de um fluído ou mistura de fluídos, em equilíbrio de temperatura, concentração e pressão.
- Filtrabilidade: a razão pela qual as partículas podem ser separadas de uma pasta, por um meio permeável, sob condições específicas.
- Finos: partículas menores do que a menor especificação nominal de tamanho de partícula.
- Isóbara: um diagrama da quantidade adsorvida por unidade de adsorvente, contra o equilíbrio da temperatura, quando a pressão é mantida constante.
- Isoterma: um diagrama da quantidade adsorvida por unidade de adsorvente, contra o equilíbrio da concentração ou pressão, quando a temperatura é mantida constante.
- Isoterma de Adsorção de Freundlich: um diagrama logarítmico do componente adsorvido por unidade de adsorvente, versus concentração daquele componente em equilíbrio, a uma temperatura constante, o qual se aproxima da linha reta postulada pela equação de adsorção de Freundlich.
n
X / m = kc
Onde: x = quantidade adsorvida
m = quantidade do adsorvente
c = concentração
k, n = constantes de Freundlich
- Leito Expandido: um leito de partículas granulares, através do qual um fluído com fluxo ascendente, com uma velocidade suficiente para elevar levemente o leito e separar as partículas, sem mudas suas porções.
- Leito Fixo: um leito de partículas granulares, no qual o fluxo flui sem produzir movimento substancial.
- Leito Fluidizado: um leito de partículas granulares, no qual o fluído ascende a uma razão suficiente para suspender as partículas completa e fortuitamente na fase fluída.
- Leito Móvel Contínuo: um processo de adsorção caracterizado pelo fluxo do fluído, através do leito móvel contínuo do adsorvente granular, com retirada contínua do adsorbato e adição contínua do adsorvente, reprocessado ou virgem.
- Leito Móvel Intermitente: um processo de adsorção caracterizado pelo fluído de fluxo ascendente, através do leito fixo do adsorvente granular, com retiradas periódicas do adsorvente gasto no fundo do leito e adição do adsorvente reprocessado ou virgem no topo do leito.
- Macroporo: no Carbono Ativado é um poro tendo diâmetro maior que 5.000 Angstrons.
- Microporo: no Carbono Ativado é um poro tendo diâmetro menor que 40 Angstrons.
- Pó: um termo impreciso, referindo-se à partículas capazes de suspensão temporária no ar ou nos outros gases; também partículas menores que um tamanho arbitrariamente selecionado.
- Ponto de Ruptura: o primeiro surgimento do adsorbato de interesse no efluente, sob condições específicas.
- Ponto Final: a ocorrência da concentração máxima permissível de um adsorbato de interesse no efluente.
- Poros: a complexa rede de canais no interior da partícula do adsorvente.
- Poro Transitivo: no Carbono Ativado, um poro tendo um diâmetro entre 40 e 5.000 Angstrons.
- Profundidade do Leito Crítico: a profundidade mínima de leito adsorvente necessária para conter a zona de transferência de massa.
- Reativação: processo de oxidação para restaurar propriedades adsortivas de um adsorvente gasto.
- Regeneração: destilação ou processo de eluição, para restaurar as propriedades adsortivas de um adsorvente gasto.
- Retentividade: a habilidade de um adsorvente de resistir à desorção de um adsorbato.
- Sorção: um processo onde moléculas fluídas são tomadas pela absorção e adsorção.
- Tempo de Serviço: o tempo decorrido até que o ponto final seja atingido, no processo de adsorção.
Ficha de Saúde e Emergência
Produto
Nome Químico ou Sinônimo: Carbono Ativado, Carvão Ativado.
Número C.A.S. : 7440-44-0
Classe de Risco e Perigo Subsidiário: 4,2 Combustão Espontânea.
Número ONU: 1362
Obs.: Carbonos Ativados feitos por processo de ativação à vapor não estão sujeitos à previsão deste código, conforme IMDG CODE – PAGE 4082 – Amdt. 20-82.
Dados Físicos
Solubilidade em água: insolúvel
Cor: preto
Odor: inodoro
Estado Físico: pó ou granulado.
Dados Sobre Perigo de Incêndio e Explosão
Método de Extinção: Água
Perigos Incomuns de Explosão e Incêndio: Contatos com oxidantes fortes tais como ozônio, oxigênio líquido, permanganato, etc, podem resultar em fogo.
Dados de Perigo à Saúde
Ingestão: O produto não é tóxico através da ingestão oral.
Contato com os Olhos: A natureza física do produto deve produzir irritação nos olhos.
Contato com a Pele: Não irritante.
Absorção pela pele: Não tóxico.
Procedimentos de Primeiros Socorros
- Pele: Lavar com água e sabão.
- Olhos: Lave com água em abundância pelo menos por 15 minutos.
Dados de Reatividade
Estabilidade: Estável.
Incompatibilidade (materiais a se evitar): Evitar oxidantes fortes como ozônio, oxigênio líquido, permanganato, cloro, etc.
Decomposição de Produtos Perigosos: Monóxido de Carbono pode ser gerado em caso de incêndio.
Procedimentos de Derramamento e Vazamento
Derramamento: Utilizar jato de água e lavar o local.
Destino do Rejeito: Colocar o Carbono rejeitado em contaíner e dispor de acordo com as regulamentações municipais, estaduais e federais
Informação de Proteção Especial
Ventilação: Recomendada exaustão local.
Proteção Respiratória: filtros para materiais particulados é recomendado se o pó for gerado excessivamente.
Roupas de Proteção: Não requerida.
Proteção para os Olhos: Óculos de segurança com proteção lateral ou óculos de proteção contra pó. Lentes de contato não deverão ser usadas, quando houver a formação de pó, ao trabalhar com Carbono Ativado.
Precauções Especiais
Precauções a serem tomadas no manuseio e armazenagem: O Carbono Ativado úmido remove oxigênio do ar causando um sério risco aos trabalhadores dentro de espaços fechados ou confinados. Recomendamos o uso de máscaras com fornecimento de oxigênio. Manter em local ventilado.
Referências Bibliográficas
- James S. Mattoson, Harry B. Mark Jr –Activated Carbon – Marcel Dekker INC, New York, 1971
- Frank L. Slejko – Adsorption and Tecnology – Marcell Dekker INC, New York and Basel, 1985
- Yaeskel Albert – Activated Carbon Manufactur and Regeneration
- Cheremisninoff – Carbon Adsorption Handbook
- Gregg and Sing – Adsorption Handbook
- Bethea, Robert M. – Air Pollution Control Techonology
- Matton, James and Mark, Harry B. – Principles of Adsorption and Adsorption Process.
- Annual Books of ASTM STANDARDS, 1989